4. A Tri-unidade de Deus: Essa palavra é derivada de dois vocábulos latinos: “tres” e “unitas”, isto é, “três” e “unidade”, que afirma a doutrina de três em um, ou seja, a Trindade. Tanto a razão como a revelação estabelecem claramente a verdade da essência una de Deus. Dt 6:4; Is 43:10; 44:6; 45:5; I Tm 2:5; Mc 10:18; 12:29; Dt 4:35. No Novo Testamento a doutrina de Trindade não é ensinada por insinuações ou algo subentendido, mas por declarações ou demonstrações clara, como segue
No batismo de Jesus Mt 3:16, 17. Na Comissão Apostólica Mt 28:19, 20. Na Benção Apostólica 2 Co 13:13. No ensino de Jesus Jo 14:16.
A Trindade ilustrada: “Um certo cético pusera em duvida a possibilidade da existência da Trindade. “Diga-me como queima uma vela”, perguntou um crente. “A estearina, o pavio e o ar atmosférico produzem a luz”, respondeu o cético. “Mas compõem só luz não é assim? “E verdade”, foi a resposta do homem, agora convencido”.
5. A Auto-Existencia de Deus: Pode-se afirmar, que a base ou razão (e não a causa) da existência de Deus é a sua própria perfeição imanente, isto é, uma das perfeições de Deus é não ter sido Ele causado. No escopo sem limites do pensamento humano e angélico, nunca poderá ser encontrado um mistério mais profundo que o da auto-existencia de Deus. É mistério que desafia a compreensão finita. Somente Deus sabe como é que Ele existe, por que Ele sempre tem existido, e por que existirá para sempre.
Sua realidade atestada nas Escrituras: Deus é auto-sustentado e o tem sido desde toda eternidade. Sua auto-existencia é um atributo essencial. Existir faz parte de sua natureza. Textos Bíblicos: Jo 5:26; At 17;24-28; I Tm 6:15, 16.
6. Eternidade de Deus: O atributo de auto-existencia sugere o atributo de eternidade, podendo-se dizer ainda que um atributo sugere outro. A eternidade de Deus é a duração infinita, ou seja, duração sem começo e sem fim. Sua realidade atestada nas Escrituras: Gn 21:32-34; Is 44:6; 57:15. A Bíblia assevera o fato de que Deus é eterno; sua existência não teve inicio e não terá fim, Ele sempre foi sempre é e sempre será.
7. A Imutabilidade de Deus: A auto-existencia e a eternidade de Deus podem ser consideradas argumentos em apoio de sua Imutabilidade. Na qualidade de ser infinito absolutamente independente e eterno Deus está acima da possibilidade de mudanças.
Sua realidade atestada nas Escrituras: Ml 3:6; I Sm 15:29; Sl 102: 26, 27; Tg 1:17; Hb 13:8. As Escrituras ensinam claramente que Deus é imutável, que permanece eternamente o mesmo, e sem alteração.
8. A Onisciência de Deus: A exemplo dos demais atributos que vimos considerando, a onisciência de Deus desafia a nossa compreensão. A palavra “onisciência” se deriva de duas palavras latinas, “omnes”, que significa tudo, e “scientia”, que significa conhecimento. Deus é Espírito e, como tal, tem conhecimento. Ele é Espírito perfeito e, como tal possui perfeito conhecimento. Calvino definiu a “onisciência” como “aquele atributo mediante o qual Deus conhece a si mesmo e a todas as outras coisas em um só e simplíssimo ato eterno”. A sabedoria pode ser classificada sob onisciência; é aquilo pelo qual Deus produz os melhores resultados possíveis através dos melhores meios possíveis.
Sua realidade atestada nas Escrituras: Rm 11:3; Jó 11:7-9; Is 40:28; Sl 147:5; Dt 29:ç29. A onisciência de Deus inclui tudo; Seu conhecimento é universal, incluindo tudo quanto pode ser conhecido I Jo 3:20. Deus conhece desde toda eternidade aquilo que será durante toda eternidade At 15:18. Deus conhece o plano total dos séculos, bem como a parte que nele ocupa cada homem. Ef 1:9-12; Rm 8:28-30; Cl 1:25, 26; Pv 5:21.
O conhecimento de Deus alcança de eternidade a eternidade, compreendendo todas as coisas em todos os lugares, com os mais minuciosos detalhes.
9. A Onipotência de Deus: O poder de Deus não é condicionado nem limitado por qualquer pessoa fora dele mesmo. O poder, ou seja, a eficácia de fazer acontecer às coisas é um atributo de Deus. Deus é a causa originadora do universo, e nele seu poder opera sempre. “Todo o poder lhe pertence. Ele está assentado no trono. Brande um cetro universal. Controla todas as coisas e exerce Sua onipotência a favor daqueles que nele confiam”. – Pendleton. A palavra “onipotência” deriva de dois termos latinos, “ommis” e “potentia” que juntas significa “todo poder”. Esse atributo significa que seu poder é ilimitado, que Ele tem o poder de fazer qualquer coisa.
Sua realidade atestada nas Escrituras: Deus pode fazer todas as coisas – nada para é por demais difíceis para Ele; para Ele tudo é possível – Deus é onipotente. Mt 19:26; Jó 42:2; Gn 18:14; Sl 93:3, 4; Sl 115:3.
No domínio da natureza: Gn 3:1-3; Sl 33:6-9. Toda a natureza está sujeita à direção e controle Divino.
No controle da experiência humano, segundo ilustrado por: José – Gn 39:2, 3,21. Nabucodonosor – Dn 4:19-37. Daniel – Dn 1:9. Faraó – Êx 7:1-5. Aos homens em geral –
Sl 75: 6,7. Todas as ações humanas quer presentes quer futuras, dependem da vontade e do poder de Deus, e estão sujeitas a Sua vontade.
Nos domínios celestiais: Dn 4:35; Hb 1;13,14. Os santos anjos estão sob o domínio Divino e sujeitos a vontade de Deus.
No domínio dos espíritos malignos: Jó 1;12; Tg 4:7; Ap 20:2; Lc 22:31,32. Os poderes malignos – Satanás, os demônios e os anjos caídos – estão todos sujeitos à vontade de Deus.
10. A Onipresença de Deus: este atributo está intimamente ligado à onipotência e onisciência de Deus, pois Deus está presente em todos os lugares. Jesus ensinou: “... nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai... Deus é Espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”. As misteriosas idas e vindas de nosso Senhor Jesus Cristo, após Sua ressurreição, tiveram a intenção de ensinar a seus discípulos de que maneira Ele podia estar e estaria com eles “todos os dias até a consumação do século”. A onipresença de Jesus demonstra a onipresença de Deus. A palavra “onipresença” deriva de dois vocábulos latinos, “ommis”, que significa “tudo”, e “praesum” – “estar próximo ou presente”. As Escrituras representam Deus e preenche a imensidade; Ele está presente em todos os lugares, e não existe ponto do universo onde Ele não se encontre.
Sua realidade atestada nas Escrituras: Jo 20:17; Jo 14:28; Ef 1:20. Sl 39:7-10; At 17:24-28: Jr 23:23-34. “Certo homem se dirigiu a um daruvês para propor-lhe três perguntas: Primeiro, por que dizem que Deus é onipresente? Não o vejo em lugar algum: mostra-me onde Ele está. Segundo, por que um homem é punido por seus crimes, visto que o que ele faz procede de Deus. O homem não tem vontade livre, pois nada pode fazer contrario à vontade de Deus; e se tivesse o poder, faria tudo pra seu próprio bem. Terceiro, como pode Deus castigar Satanás no fogo do inferno, visto que ele é formado deste elemento? E que impressão pode o fogo fazer em si mesmo? O daruvês tomou um grande torrão e com ele bateu na cabeça do interrogador. Este foi fazer queixa ao cádi, dizendo-lhe: “Fiz três perguntas a um daruvês, e em resposta ele me bateu com um torrão tão grande que minha cabeça esta doendo”. O cádi, tendo mandado chamar o daruvês, perguntou-lhe:
“por que jogou na cabaça dele um torrão em lugar de responder as suas perguntas?” O daruvês retrucou: “O torrão foi a resposta às perguntas dele. Ele diz que esta sentindo dor de cabeça; pois que me mostre a dor, e eu tornarei Deus visível para ele. E por que ele se queixa perante o juiz? Tudo quanto fiz foi ato de Deus. Não o feri sem a vontade de Deus, pois que poder possuo eu? E, visto que ele é composto do pó da terra, como pode sofrer alguma dor por causa desse elemento?” O interrogador viu-se confundido, e o cádi ficou muito satisfeito com a resposta do daruvês.” Deus é nosso ambiente mais próximo. Seu centro está em todos os lugares; sua circunferência não está em lugar algum: Deus é onipresente.
9) O que é atributo moral de Deus? Usando a Bíblia mencione cinco deles.
Costuma-se dizer em teologia que os atributos de Deus são o próprio Deus segundo ele se nos revela. Não é errado dizer, contudo, que a essência de Deus se encontra em cada um de seus atributos.
1. A Santidade de Deus (incluindo Sua Retidão e Justiça): A Santidade de Deus é seu atributo mais exaltado e destacado, pois expressa a majestade de Sua natureza e caráter morais. Qõdes é um termo distintamente religioso e é usado exclusivamente em relação a Deus. Ele se refere ao próprio Deus ou ao que sido santificado por ele. Porém, primeiramente é Deus que é santo (Êx 15:11; Is 6:3). Não há santidade sem associação com Ele. Santidade não é uma qualidade humana, nem um conceito impessoal. Sua procedência divina é reafirmada em todo o Antigo Testamento. Alguns estudiosos tratam toda a doutrina de Deus no Antigo Testamento sob esse ponto. Oséias 11:9 fornece a declaração mais sucinta da santidade de Deus encontrada no AT: A Santidade não é simplesmente um dos atributos de Deus. Ela representa sua natureza essencial. A santidade é Sua personalidade. Quando Ele jura por sua santidade, Ele jura por Ele mesmo (Am 4:2; 6:8; Gn 22:16; Sl 89:35; 108:7). A santidade de Deus é simplesmente a formação de si mesmo. Como tal ela expressa toda sua personalidade divina.
No Antigo Testamento a santidade de Deus é triplicada dos louvores dos serafins, “santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos” (Is 6:3). A santidade trina é repetida no Novo Testamento quando a João é permitido, em sua visão, ouvir as criaturas vivas que rodeavam o trono celestial cantando na santifona continua. “santo, santo, santo é o Senhor Deus, o todo poderoso” (Ap 4:8).
Sua realidade atestada nas Escrituras: A Santidade de Deus se manifesta em seu ódio contra o pecado e seu deleite na retidão; na separação entre Ele e os que vivem no pecado; e na providencia que tem em vista tornar santo o homem em seu caráter e conduta.
a)No ódio de Deus contra o pecado: Hc 1:13; Gn 6:5,6; Pv 6:16-19. b) No seu deleite naquilo que é santo e reto: Pv 15:9; Lv 20:26; 19:2. c) Na separação entre Deus e o pecador: Is 59;1-2; Ef 2:13; Jo 14;6. d) Ao providenciar a libertação do homem, do pecado, e os frutos de uma vida santa: I Pe 2:24; Rm 8:1-4; 6:22.
2. A Retidão de Deus: A Retidão de Deus é a imposição de leis e exigências retas; podemos chamá-la de santidade lesgilativa. Nesse atributo vemos revelado o empenho de Deus pela santidade que sempre o impele a fazer e a exigir o que é reto. Esse atributo é, na realidade, a manifestação da santidade de Deus em Suas relações com os homens, mas é aqui considerado separadamente por motivos de conveniência e ênfase. A santidade tem a ver mais particularmente com o caráter de Deus, enquanto que na retidão e na justiça este caráter é expresso nas relações entre Deus e os homens.
Sua realidade atestada nas Escrituras: Justo é o Senhor em todos os caminhos, benigno em todas as suas obras Sl 145:17; Jr 12:1; Jo 17:25; Sl 116:5; Ed 9:15. Todos os requisitos exigidos por Deus aos homens são absolutamente retos em seu caráter.
3. A Justiça de Deus: A Justiça é a execução da retidão de Deus. A justiça de Deus é a execução das penalidades impostas por suas leis; essa pode ser chamada de santidade judicial. Nesse atributo vemos revelados seu ódio contra o pecado, uma indignação tal que, livre de toda paixão ou capricho, sempre o impele a ser justo e a exigir o que é justo.
Sua realidade atestada nas Escrituras: O Senhor é justo, no meio dela; Ele não comete iniqüidade; manhã após manhã traz ele o seu juízo à luz; não falha; mas o iníquo não conhece a vergonha. Sf 3:5; Dt 32:4.
4. O Amor de Deus: O amor é aquele atributo de Deus pelo qual Ele se inclina a buscar os melhores interesses de suas criaturas e a comunicar-se a elas, o amor de Deus é seu desejo pelo bem estar desses seres amados e o deleite que tem nisso. I Jo 3:16-17; 4:8,16; Mt 5:44,45.
Sua realidade atestada nas Escrituras: Assim como existe uma mente mais alta que a nossa, semelhantemente existe um coração maior que o nosso. Deus não é simplesmente Aquele que ama; Ele é igualmente o amor que é amado. Há uma infinita vida de sensibilidade e afeição em Deus. O amor implica não apenas em receber, mas em dar, não meramente em emoção, mas em concessão. Assim é que esse atributo (o amor) de Deus se manifesta em sua atividade eterna de dar ( Tg 1:15). Para mim essa é a mais profunda de todas as verdades – que a totalidade da vida de Deus é o sacrifício próprio. Deus é amor: amor envolve sacrifício – dar em lugar de receber – a benção do dar-se a si mesmo. Toda vida de Deus é um fluxo desse amor que se caracteriza pela auto-doação divina. I Jo 4:8; Jo 3:16; I Jo 4:16; Tg 1:15.
5. A Misericórdia de Deus: Misericórdia, no uso bíblico, tem muitas faces. Básico para o conceito e o interesse de Deus para com o homem em sua perversidade e desordem. Esta reação de base emocional manifesta-se nos seus atos redentores. O homem, que responde a Deus, vê a si próprio como alguém que recebeu misericórdia; então ele por sua vez tem de demonstrar misericórdia ao próximo. a misericórdia de Deus é aquele principio e qualidade que descreve sua disposição e ação em relação aos pecaminosos e sofredores, sustando
Penalidades merecidas e aliviando os angustiados.
Sua realidade atestada nas Escrituras: “A misericórdia de Deus é misericórdia santa, que sabe perdoar o pecado, porem, não protegê-lo; é um santuário para quem se arrepende, mas não para quem dela presume”. Sl 103:8; Sl 145:8; 86:15; 62:12; Dt 4:31. As Escrituras dão grande ênfase a misericórdia de Deus; estabelecem-na claramente como fato do ser Divino.
6. A Graça de Deus: A Graça é o amor que ultrapassa tudo quanto se possa exigir do amor. É o amor que, após cumprir as obrigações impostas pela lei, tem ainda inexaurível tesouro de bondade.
Sua realidade atestada nas Escrituras: A Bíblia ensina que a salvação de Deus opera por nós, em nós e por meio de nós através da graça, isto é, é iniciada pela graça, continuada pela graça e completada por intermédio da graça. Ef 2:8-10; 2 Co 9:14; 1 Pe 4:10; At20:24,32; Tt 2:11,12; Rm 11:6; Rm 3:34.
Entre os atributos que a teologia clássica estabelece estão os seguintes: Santidade, Eternidade, Onisciência (tem todo o conhecimento), Onipotência (tem todo o poder), Onipresença (está presente em todos os lugares) e Bondade e Amor.
Pb. João Batista de Lima
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