sábado, 26 de março de 2011

FENÔMENOS EXTRA-BÍBLICOS


FENÔMENOS EXTRA-BÍBLICOS
Algumas denominações evangélicas há muito tempo têm permitindo ingenuamente manifestações místicas, sobrenaturais ou até mesmo puramente emocionais em seus momentos de culto, na grande parte das vezes durante o momento de cânticos (mas também durante a pregação), que são equivocadamente chamadas de sinais da plenitude do Espírito Santo e de avivamento.

Nestas reuniões, são manifestados supostos tipos de “unção”, como a "unção do paletó", como o “cair no Espírito”, quando os crentes ficam prostrados ao chão durante longos períodos, a “unção do riso”, quando a congregação emite prolongadas gargalhadas e o que poderíamos chamar de a “unção do zoológico”, quando são realizadas imitações de cão, leão, águia e assim por diante (não apenas os ruídos, mas os gestos também).
                            
FONTE DA IMAGEM (vejam um estudo semelhante neste blog):

O Rev. Augustus Nicodemus Lopes, em seu artigo “Entendendo a Bênção de Toronto”, afirmou que:
“(...) A verdade é que não existe justificativa bíblica para ‘cair’ no espírito, rir no espírito, e imitar sons de animais. Não lemos destas coisas ocorrendo com os crentes da Igreja apostólica, no livro de Atos, nem há qualquer referência a estas manifestações nas cartas escritas pelos apóstolos às comunidades do primeiro século. Se estas coisas acompanharam a Igreja apostólica, e eram para ocorrer através dos séculos na Igreja cristã, é estranho que não há qualquer referência, orientação, ou instrução, da parte dos apóstolos a este respeito (...) Embora não possamos negar a possibilidade da ocorrência de fenômenos físicos em resposta à uma obra intensa do Espírito, devemos recusá-los como evidência costumeira desta obra, devido, não somente à sua subjetividade, mas, especialmente, ao fato de que esta posição é biblicamente insustentável (...) Crentes que experimentam estas reações, como cair, tremer, ficar duro, emitir sons animais, e as consideram como resultado da operação do Espírito em suas vidas, podem estar trilhando o caminho perigoso da ilusão religiosa. Quando estas reações acabarem, serão tentados a reproduzi-las por si próprios (...)” (fonte: http://www.ipb.org.br/). 

O Pr. Paulo Romeiro, no livro “Evangélicos em Crise”, afirmou:

“(...) Um outro fato que não deve ser esquecido é que toda vez que a Bíblia relata de homens que passaram por tal experiência [cair diante da presença de Deus], ela foi acompanhada de reverência, temor e adoração, e eles sempre caíram sobre seus rostos, bem diferente das experiências que acontecem nos círculos neopentecostais e carismáticos, onde as pessoas caem para trás (...)[pp. 73-74]. Para justificar tais fatos, Rodney Browne [autor do livreto ‘Manifestando o Espírito Santo’] faz declarações que incomodam (ou pelo menos deveriam incomodar) qualquer cristão equilibrado. Eis uma delas: “Enquanto alguma coisa estiver acontecendo, na verdade não importa se é de Deus, do homem ou do diabo. Eu prefiro estar numa igreja onde o diabo e a carne se manifestam do que estar numa igreja onde nada acontece (...)”. Que Deus nos guarde e nos dê discernimento para filtrar o que é do homem, rejeitar o que é do inimigo e abraçar com a amor e humildade o que é do Espírito de Deus (...)” [p. 83].

É evidente que Deus é soberano para realizar Sua obra em determinada pessoa de uma maneira tão intensa que a mesma venha a cair (reverentemente com o rosto em terra). Contudo, estes fenômenos bizarros relatados até aqui seguramente não são obra do Espírito Santo. A Palavra de Deus é a Espada do Espírito (Ef 6:17b), é com as revelações das Escrituras Sagradas que o Espírito Santo opera. Ele jamais realizará uma obra que contrarie o que está registrado na Bíblia. Foi Ele mesmo quem inspirou os autores bíblicos (2Pe 1:21; cf. 2Tm 3:16).

Estes fenômenos jamais estão presentes em inúmeras verdades bíblicas, como, por exemplo: os dons espirituais (Rm 12; 1Co 12; Ef 4), o fruto do Espírito (Gl 5:22-23), as reações dos cristãos da Igreja apostólica repletos do Espírito (At 2:1-15; 4:8,31; 6:3-10; 7:54-60; 8:39-40; 9:17-19; 10:44-48; 11:19-26; 13:8-12,44-52; 19:6), as referências do apóstolo Paulo ao enchimento do Espírito e a plenitude de Deus (Ef 3:17-19; 5:18-21), quando a glória de Deus encheu o templo em Jerusalém e o povo se curvou diante de Sua presença (2Cr 7:1-3), as inúmeras referências ao Espírito Santo no Antigo Testamento (entre elas: Ex 31:1-5; Jz 3:10; 1Sm 10:6-7; Ez 36:27-28; 37:1-14; Is 11:2; Jl 2:28-32), as poderosas experiências que os apóstolos tiveram com Deus (2Co 12:1-10; Ap 1:9-11,17), a atuação do Espírito Santo na vida do próprio Senhor Jesus (Mt 1:18-21; 3:16-17; 4:1; Lc 10:21; At 10:38) e a descida do Espírito Santo no Dia de Pentecostes sobre 120 pessoas (At 1:15; 2:1-47).

Deus não é de confusão (1Co 14:33a) e requer de nós um culto racional, apresentando os nossos corpos a Ele em sacrifício vivo, santo e agradável (Rm 12:1), O adorando em espírito e em verdade (Jo 4:23-24), com alegria (Sl 100:2; Gl 5:22; Fp 4:4), com decência e ordem (1Co 14:40), com moderação (Fp 4:5), sem gritarias (Ef 4:31), onde tudo é feito para a edificação da Igreja (1Co 14:12,26) e para a glória dEle (1Co 10:31), em nome de Jesus (Cl 3:17; Hb 13:15), onde podemos cantar e orar com o nosso espírito, mas, também com o uso de nossas faculdades mentais (1Co 14:15,23).

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