quarta-feira, 21 de março de 2012

O Milênio, porque eu creio que já estamos vivendo o Milênio. Parte 3

Por Pb. João Batista
3) Tudo isso terá lugar “naquele dia”. No texto grego, essa frase está isolada no final do versículo 10, como uma breve referencia a um dia especial na profecia bíblica: o dia do Senhor, o dia do juízo. Esse dúplice julgamento pode ser referido como acontecendo na vinda de Cristo para os seus santos, em sua visível revelação desde p céu, naquele dia. Assim, não se pode sustentar que essa vinda [parousia], essa revelação [apokalypsis], e esse dia [hemera], acontecerão em tempos diferentes.
O juízo executado por Deus na vinda de Cristo será duplo: bendito para o povo de Deus e punitivo para os incrédulos. Nada sugere que essa passagem fale apenas da punição temporal (morte) recebida pelos ímpios viventes na terra por ocasião do retorno de Cristo, e do juízo final a ser executado após o milênio. A linguagem do apostolo é geralmente inclusiva. Ele fala não somente daqueles que estavam importunando os tessalonicenses, mas também dos “que não conhecem a Deus e os que não obedeceram ao evangelho de nosso Senhor Jesus”. Dizer que os ímpios precisam estar vivos no tempo do retorno de Cristo, para poder receber a punição, não é mais convincente do que afirmar que os crentes precisam estar vivos na volta de Cristo, a fim de poder receber o refrigério e a benção final. Se o julgamento aqui referido somente cair sobre aqueles que estão vivos no retorno de Cristo, a ameaça falhará em seu cumprimento naqueles que perseguiam os tessalonicenses, porque eles morreram há muito tempo.
Essa passagem fala da condenação final e eterna—“destruição eterna [...] separação da presença do Senhor”—aplicada por Deus, o santo juiz, não após a ressurreição dos ímpios no final do milênio, mas no retorno de Cristo.
Romanos 8. 17-23
Aqui, o apostolo afirma o ardente desejo dos crentes em Cristo e de toda a criação, pela prometida glória vindoura. Ele também fala dos sofrimentos do tempo presente e da glória que nos será revelada. Falando da “natureza criada”, o apostolo utiliza uma
Figura de linguagem chamada “personificação”; isto é, ele fala do cosmos material como se esse fosse uma pessoa pensante, sensível e volitiva. Não apenas os crentes que “gemem” com “grande expectativa” da gloria vindoura, mas também “toda a natureza criada”. A criação ficou sujeita à esterilidade, deterioração e decadência envolvidas na maldição pronunciada no Éden por causa do pecado de Adão (Gn 3. 17, 18). O que a sujeitou “na esperança” (Rm 8. 20) foi Deus.
Ou seja, essas são “as dores de parto” de que Paulo fala em Romanos 8.22; elas são as dores de morte. Este mundo será renovado e não aniquilado. Caso contrario, Paulo não poderia ter dito que ele ficou sujeito “em esperança” (Rm 8. 24,25). Eis porque deveríamos falar de renovação cósmica em vez de destruição cósmica. Pense no paralelo que Pedro faz entre o juízo futuro e o antigo juízo do diluvio: “O mundo daquele tempo foi [...] destruído”, mas certamente não aniquilado (2Pe 3.6). compare a imagem que Paulo faz do cristão como um “novo homem” (Ef 4.24; Cl 3.10), e como uma “nova criação” (Gl 6.15). o novo ser é o antigo feito novo.
A renovação do cosmos é comparável á ressurreição do corpo. E quão novo será esse corpo—tão diferente de nosso corpo presente como o grão que surge da semente que foi semeada (1 Co 15. 35-44).
Os justos e a criação conhecerão uma segura e completa libertação. Paulo expressa esse futuro livramento do povo de Deus de vários modos. Ele fala da glorificação com Cristo (Rm 8.17), “a gloria que em nós será revelada” (v. 18), a revelação dos filhos de Deus (v. 19), “gloriosa liberdade dos filhos de Deus” (v. 21), “nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo” (v. 23).
Todos esses termos falam da libertação completa do pecado e dos seus resultados maravilhosos advindos dessa libertação. Paulo nos fala aqui sobre quando essa libertação total será nossa—na ressurreição. Ele a chama de “a redenção de nosso corpo”, o grande objetivo para o qual os crentes receberam o selo do Espirito Santo como depósito, “a garantia da nossa herança até a redenção daqueles que pertencem a Deus” (Ef 1.14). o apostolo também se refere a ela como “nossa Adoção”, porque as implicações completas da bendita adoção que já desfrutamos em união com o filho de Deus serão efetivadas só naquele momento. E, como veremos, Paulo ensina claramente em 1 Coríntios 15.23 que a ressurreição dos que pertencem a Cristo ocorrerá na vinda de Cristo [parousia].
(Romanos 8.21). Aqui novamente o apostolo dirige nossa atenção para o tempo em que essa libertação será realizada: quando “os filhos de Deus [forem] revelados” (Rm 8. 19). O dia de sua “revelação” [apokalypsis] como filhos de Deus é a gloriosa meta da expectação dos crentes, e também a expectante meta da criação. Nesse tempo, a própria criação será libertada “da escravidão da decadência em que se encontra, recebendo a gloriosa liberdade dos filhos de Deus” (v. 21). A “revelação dos filhos de Deus” e “a gloriosa liberdade dos filhos de Deus” não podem ser adiadas para além da vinda de Cristo e da ressurreição, nem o livramento da criação posposto ao grande dia. Isso é descartado pelos versículos 22 e 23, nos quais vemos os crentes e toda a criação gemendo juntos e esperando pela adoção que aqui é definida como “a redenção de nossos tempos”.
Portanto, o significado dessa passagem com relação ao assim chamado “assunto milenar” está claro. O apostolo Paulo, por inspiração do Espirito Santo, ensina que a glória da ressurreição dos filhos de Deus marcará também a glória da ressurreição da criação. Na vinda de Cristo, e não um milênio mais tarde, “e participará da glória que é comparada à “gloriosa liberdade dos filhos de Deus”.
2Pedro 3. 3-4
Uma cuidadosa leitura dessa passagem revelará que Pedro apresenta um quadro do que acontecerá quando nosso Senhor retornar, que está em total harmonia com o ensino de Paulo em Romanos 8. 17-23.
Pedro está respondendo aos escarnecedores que perguntarão: “O que houve com a promessa da sua vinda?” (2Pe 3. 4), declarando que “o dia do Senhor virá” (v. 10). Está claro que a “vinda” [parousia] de Cristo e o “dia do Senhor” referem-se ao mesmo evento. Caso contrário, a afirmação de Pedro no versículo 10 não seria relevante como resposta à pergunta zombeteira do versículo 4. Nos versículos 7, 10, 11, 12 e 13, Pedro fala do que pode ser chamado de “renovação cósmica”—isto é, a destruição do céu e terra atuais por fogo, de forma que um novo céu e uma nova terra, “o lar dos justos”, possam surgir. Isso terá lugar, diz Pedro, no “dia do juízo e [...] [da] destruição dos ímpios” (v. 7).
A vinda de Cristo e a transformação do cosmos são apresentadas como a meta do cristão vigilante, pois elas ocorrerão concomitantemente.
Em outras palavras, o quadro apresentado pelo Espirito por intermédio de Pedro não permite que mil anos intervenham entre a segunda vinda de Cristo e a vinda do dia do juízo divino e da renovação cósmica.
ICoríntios 15. 20-26
Os pré-milenaristas têm, com frequência visto essa passagem de Paulo não apenas meramente compatível com a doutrina pré-milenarista, mas também como apoio para aquela doutrina.
Alguns argumentam que, uma vez que o apostolo, no versículo 22, refere-se à ressurreição geral—deveríamos esperar que ele falasse da ressurreição dos justos nos versículos 23 e 24. Assim, a referencia de Paulo ao “fim” no versículo 24 precisa ser interpretado como apontando para outra fase, a final, depois da ressurreição pós-milenar: “Então virá o fim [da ressurreição]”. Mas o fato é que não há referencia a ressurreição geral no versículo 22.
Aqueles que discutem que Paulo fala aqui da ressurreição de toda humanidade insistem que a palavra “todos morrem”. Em outro lugar, porém, o apostolo usa a palavra “todos”, cuja referencia não é inclusiva; e ele pode usar esse vocábulo nas duas orações de uma mesma sentença, quando em apenas uma delas houver a referencia inclusiva. Imediatamente, pensamos em Romanos 5. 18, em que linguagem de Paulo é, de formar notável, paralela a 1Corintios 15.22: “Consequentemente, assim como uma só transgressão resultou na condenação de todos os homens, assim também um só ato de justiça resultou na justificação que traz vida a todos os homens”. Embora o “todos os homens” na primeira frase seja inclusiva (excluindo apenas nosso imaculado salvador), essa expressão repetida na segunda frase não pode ser todo-inclusiva, porque o contexto claro que Paulo está ai falando daquela justificação que é para a vida eterna; e é contrário à teologia de Paulo dizer que todos os homens e mulheres recebem essa justificação, quer confiem em Cristo, quer não.
George Ladd escreve: Alguém pode arrazoar, então, que o “fim” deve ter lugar em um período considerável após a parousia de Cristo, em cujo tempo (no fim) ele entregara o reino ao Pai quando, por meio do seu reinado durante o período interveniente, ele completou a tarefa de subjugar todos os inimigos.
Nerkouwer observa: A sequencia de pensamento em 1Corintios 15.23 não é uma série: a ressurreição de Cristo seguida pela ressurreição dos crentes e finalmente pela ressurreição
Geral. A ênfase está sobre Cristo e o poder de sua ressurreição. A interpretação da sequencia epeita [...] eita [...] como uma referencia paulina ao milênio tem vestígios de ser muito influenciada por Apocalipse 20.
O que, pois, podemos aprender do contexto que dará a resposta sobre a extensão do intervalo assinalado pelo segundo “então”, o “então” do inicio do versículo 24?
1) O contexto maior das cartas de Paulo (e o Novo Testamento em geral) mostra-nos que “o fim” não pode ser separado da segunda vinda de Cristo. Por exemplo, note como o apostolo, no inicio dessa mesma carta aso Coríntios, concilia a revelação (apokalysis) de nosso Senhor Jesus Cristo, o fim e o dia de nosso Senhor Jesus Cristo: “...Enquanto vocês esperam que o nosso Senhor Jesus Cristo seja revelado. Ele os manterá firmes até o fim, de modo que vocês serão irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 1. 7,8).
2) Olhando com mais atenção 1 Coríntios 15, nos versículos 24-26, aprendemos que Cristo destruirá a morte, “ o ultimo inimigo”, no “fim”. Esse será o ultimo ato de Cristo realizará quando colocar todos os inimigos debaixo de seus pés e “entregar o reino a Deus, o Pai”. Mas, observe que nos versículos 54 e 55, o apostolo Paulo uma vez mais fala da futura vitória sobre a morte. ...Então se cumprirá a palavra que está escrita: “a morte foi destruída pela vitória”. “Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?”
Portanto, devemos concluir que a vitória sobre a morte ocorrerá na ressurreição dos crentes (v. 54), que, por sua vez, acontecerá na vinda de Cristo (v. 23), e que essa vitória se dará no “fim” (v. 24-26). Assim, outra vez o “fim” não pode ser separado da segunda vinda de Cristo. Por consequência, a força do “então”, no versículo 24, precisa ser aquela do “imediatamente então”.
O reino intermediário de Cristo alcança seu final culminante quando ele destrói o último inimigo, a morte, trazendo novamente seu povo à vida (v. 54 e 55), por ocasião de sua vinda (v. 23). Agora, se o “fim” acontece na vinda de Cristo, quando seu reino intermediário começa? O NT nos aponta claramente a ressurreição e glorificação de Cristo como o começo desse reinado (veja At 2.26; Ef 1.20-23; Fp 2.9-11; Hb 1.3; 10.12,13; 1Pe 3.21,22). Em Efésios 1.21 Paulo se vale das mesmas palavras gregas usadas em 1 Coríntios 15.24 (arché, exousia e dynamis) e, na mesma ordem: “muito acima de todo governo e autoridade, poder e domínio”. Essa passagem de Efésios também nos fala que foi quando Deus “ressuscitando-o dos morto” (v. 20), exaltou a Cristo para dar inicio a esse domínio e reinado.
Em 1 Coríntios 15.24-27, o apostolo alegra-se no domínio intermediário que Cristo está agora exercendo com o objetivo de pôr todos os inimigos sob seus pés. Esse reino será completado quando Cristo vier e “a última trombeta” assinalar o dia da ressurreição para o povo de Deus (15. 52). Quando Paulo fala claramente que Cristo um dia entregará o reino nas mãos do Pai (v. 24) “a fim de que Deus seja tudo em todos” (v. 28), ele não está contradizendo Pedro, que fala do “reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2Pe 1.11). devemos lembrar-nos que esse é especialmente o reino de Cristo de conquista sobre seus inimigos, que Paulo tem em vista em 1 Coríntios 15. Quando essa conquista estiver completa e todo inimigo for destruído, essa espécie particular de reino terá alcançado seu fim. A história redentiva terá atingido sua dramática conclusão; cada proposito divino terá sido cumprido; e o Filho entregará ao Pai o domínio intermediário, que lhe fora dado com o proposito de alcançar justiça perfeita e paz, a
Eterna shalom de Deus. CONTINUA NA PRÓXIMA POSTAGEM!

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