sexta-feira, 14 de setembro de 2012

SONHAR É PRECISO


SONHAR É PRECISO
Eu tive um sonho, um sonho desses que outros já sonharam e que parece não morrer nunca.  Sonhei que a igreja Reformada desses pais era menos egoísta e mais solidaria que havia engajamento com as questões sociais e que os nossos templos ociosos eram bem mais utilizados na semana na realização de projetos comunitários que visam resgatar a cidadania, promover inclusão social e combater as diversas formas de injustiça. Sonhei que o modelo de relacionamento comunitário da Trindade servia de modelo para as igrejas, pastores, lideres,  membros e congregados. Como conseqüência havia menos proselitismo, menos preocupação com o poder e mais preocupação com o caráter, mais humildade e menos vaidade, mais espiritualidade e menos ativismo religioso. Sonhei que o marketing e a publicidade davam lugar à oração e ao evangelismo pessoal, e que missão deixava de ser um tipo de status quo para ser simplesmente um compromisso de quem ama o Reino de Deus. Sonhei que desistíamos todos de submeter à igreja as leis de mercado por crermos simplesmente na eficácia do evangelho como suficiência de Deus no alicerce e transformação regeneradora dos pecadores moribundos. Sonhei que na igreja evangélica Reformada já não havia lugar para quem tenta massificar a fé, mercadejando o evangelho a preços promocionais inescrupulosos, ao mesmo tempo em que lucra com a valorização das “ações” do competitivo mercado religioso. Sonhei com o retorno da igreja as Escrituras numa caminhada gloriosa de redescoberta da espiritualidade bíblica, da missão integral, do relacionamento intimo com Deus, da sua vocação sublime, da ética e do testemunho de quem vive como sal da terra e luz do mundo.
Sonhei que nesse contexto de despertamento espiritual a IPB redescobria suas origens doutrinarias reformada, sua experiência missionária Calvinista, e seu fervor espiritual Cristocentrico. Sonhei que continuávamos construindo templos sem, no entanto, s m perdermos de vista que a prioridade da igreja é missões. Sonhei então que as nossas ofertas anual de missões deixavam de ser anual para ser mensal e que as nossas ofertas para missões superavam os alvos de construção. Sonhei que já não membros inadimplentes ou infiéis nessa matéria. Sonhei que os pastores apascentavam-se mutuamente, que havia mais humildade entre todos e que nos tornávamos ensináveis, corrigíveis e conscientes das nossas fraquezas e pecados. Sonhei que as nossas igrejas eram mais cooperativas, servindo com dedicação e santidade. Sonhei ainda que era possível canalizar nossas energias, recursos e talentos para fortalecer a missão em vez dos nossos pequenos guetos religiosos e espaços de poder.
Depois de sonhar com tudo isso, me dei conta de que na realidade eu não dormia, eu estava bem acordado, como bem acordado precisamos estar, a fim de que possamos construir uma nova página na nossa história de igreja que glorifique a Deus. Que o Senhor provoque em nós um inconformismo profundo nos nossos corações no anseio de vivenciarmos um novo tempo. Uma nova realidade.

No amor de Cristo,
Pb. João Batista de Lima

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