segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Reforma Protestante


Por - Denis Monteiro
Estamos no mês da comemoração da Reforma Protestante e temos que relembrar as obras feitas pelos reformadores e entre os mais conhecidos, Lutero e Calvino.
Em por menores, os dois não só lutaram contra as heresias do romanismo e dos libertinos, mas também apoiaram que a Igreja seja parceira do Estado e que a Igreja interaja com a Escola, dando-lhes fundamentos bíblicos doutrinários para que haja uma sociedade conhecedora de Deus e filhos em escolas que aprendam sobre o Deus soberano. Como disse Calvino, Deus por intermédio destes ensinos pode despertar o pecador eleito para o arrependimento.
Mas ao passar dos anos a Igreja, se assim pode se chamar, voltou as práticas romanistas mas com outro rotulo e se desprendendo do Estado e das escolas, dizendo eles, que são uniões demoníacas e que não agradam a Deus, Igreja é Igreja e Estado é Estado e cada um no seu quadrado (me desculpem do termo usado).
Hoje, quase já não há mais, igrejas reformadas interessada que todo o mundo siga a Palavra de Deus, mesmo não sendo salvos. Mas há hoje, e muito, igrejas reclamantes que não têm temor de Deus e não leem a Santa Palavra de Deus e que não percebem o agir soberano de Deus por intermédio de governadores e reis. Acorda Igreja REFORMA acorda Igreja do Senhor!



quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Será que estou escandalizando?


Por - Igor Campos
"Você não deve falar de certas coisas neste lugar, vai causar escândalo!"
"Temos que deixar de fazer tudo que escandaliza os irmãos!"

Há tempos tenho ouvido frases como essas. A última me foi dita quase com furor há algumas semanas. É escândalo disto, escândalo daquilo. Parece que o vocabulário de algumas pessoas é resumido nessa palavra. Entretanto, muitos cristãos não tem conhecimento verdadeiro acerca do conceito de escândalo. Preocupa-me quando usam-no para descrever qualquer comportamento ou atitude que desagrade suas preferências pessoais ou em prol de um "bem estar social". Para entender melhor, é necessário estabelecer o que de fato é escândalo. E já cito de antemão duas postagens muito boas que auxiliaram  a construção deste texto: Escandalizar ou não escandalizar? Eis a questão! e Escândalo - pedra de tropeço no caminho.
Conceito
A palavra escândalo vem do grego skandalon, que é usada para traduzir duas palavras do hebraico: 
a)  michsol,  significa uma pedra de tropeço. Assim está em Levítico 19:14: “Não porás tropeço diante do cego.” 
b) mokesh, que  significa um laço ou armadilha. Declara-se em Josué 23:13 que as alianças com as nações estrangeiras são laços e redes.

A palavra escândalo, genericamente, é usada para substituir os termos "tropeço" e "cilada", embora ambas tenham um mesmo significado prático: uma ação deliberada para fazer com que alguém erre ou vacile.

Outros skandalon na Bíblia

Na explicação da parábola do joio em Mateus 13, nos versos 41 e 42 é dito: "Mandará o Filho do Homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade e os lançarão na fornalha acesa". Em Lucas 17:1-2 "Disse Jesus a seus discípulos: É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vem! Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos". Jesus deixa clara sua abominação pelo escândalo. Melhor é a morte que fazer com que outro tropece. No entanto, o próprio Cristo foi causador de escândalos. Novamente no evangelho de Mateus, no capítulo 15 lemos: "Então, aproximando-se dele os discípulos, disseram: Sabes que os fariseus, ouvindo a tua palavra, se escandalizaram? Ele, porém respondeu: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada. Deixai-os; são cegos, guias de cegos.".

skandalon em I Coríntios 8

"No tocante à comida sacrificada a ídolos, sabemos que o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo e que não há senão um só Deus. Não é a comida que nos recomendará a Deus, pois nada perderemos, se não comermos, e nada ganharemos, se comermos. E assim, por causa do teu saber, perece o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu. E deste modo, pecando contra os irmãos, golpeando-lhes a consciência fraca, é contra Cristo que pecais." (I Coríntios 4;8;11-12)
Há uma questão a ser tratada aqui antes de prosseguirmos. Em primeiro lugar, esse texto fala exclusivamente  acerca de alimentos sacrificados a ídolos. Comer carne num templo pagão era algo que hoje equivaleria a comer num restaurante, mas com o agravante de que muitos consideravam tais refeições como ato de idolatria. Embora não houvesse pecado em comer num templo pagão, o pecado surgia se o ato fosse feito deliberadamente como adoração pagã [1]. O cuidado aqui é com o cristão fraco, pelo qual Cristo morreu. Esse cristão deveria ser instruído sobre essas práticas e onde está a origem desse pecado. Não há no texto nenhuma orientação quanto aos ímpios. O problema começa quando os cristãos atuais pregam a abstenção total de práticas "erradas" de acordo com usos, costumes e tradições, para que não exista a possibilidade de sermos confundidos com não-crentes.

Um exemplo para chegamos ao ponto de tensão: para a maioria dos crentes, não é possível beber uma cerveja com os amigos e amar a Deus verdadeiramente. A pior parte é que ao invés de tentarmos corrigir essa cultura errada, preferimos nos calar e simplesmente abrir mão de tudo que não agrada aos crentes para não escandalizar. Lastimável!

Concluímos dessa forma que há duas formas de escândalo. A primeira é o skandalon propriamente dito, quando temos a intenção de fazer com que alguém tropece com alguma atitude nossa. Esse acontece quando pessoas que já conhecem Cristo continuam com suas vidas vazias, sem nenhuma ética e seus valores totalmente corrompidos. Essas atitudes afetam diretamente aqueles que são novos na fé, que vacilam por imitar tais práticas pecaminosas.

A segunda forma é o oposto, o skandalon provocado pela ação transformadora de Deus em nossas vidas, que nos faz viver de acordo com bases éticas e morais totalmente contrárias às do mundo. Esse é o escândalo que Cristo causou: uma quebra de falsos paradigmas. A palavra da cruz é loucura para os que perecem (I Coríntios 1:18) e Cristo é escândalo para os judeus e loucura para os gentios (I Coríntios 1:23).

Devemos viver uma vida de santidade de acordo com os princípios de Deus, para que não escandalizemos os novos convertidos. Qual o verdadeiro e necessário compromisso com os neófitos? Instrução! Caminhemos juntos, estudemos e aprendamos juntos, para esses não cairem em pecado por nossa causa.

Quanto aos ímpios, temos que escandalizá-los como Cristo o fez, com nossa moral e ética pautadas nas Santas Escrituras. Escandalizar também os novos fariseus combatendo o seu legalismo. Devemos nos preocupar é com os escândalos dos falsos pastores com suas teologias satânicas, os crentes na política que só envergonham o evangelho, e não com quem usa bermuda na igreja, pastor que prega sem usar terno, pessoas que usam piercings e tem tatuagens. Fazer isso não é nenhum ato de amor ou preocupação, mas um falso exercício de piedade contrário às Escrituras.

"Que a paz de Cristo seja o juiz em seus corações, visto que vocês foram chamados a viver em paz, como membros de um só corpo." Colossenses 3:15.

Referências:
[1] Bíblia de Estudo de Genebra

A coluna da Verdade


A coluna da Verdade
Escrevo-lhe estas coisas, embora espere ir vê-lo em breve; mas, se eu demorar, saiba como as pessoas devem comportar-se na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e fundamento da verdade. (1 Timóteo 3.14-15)
Paulo chama a igreja de “coluna e fundamento da verdade”. Isso nos diz, não o que a igreja deve ser, mas o que a igreja é. A importância dessa distinção se tornará mais clara depois, mas primeiro devemos considerar se as duas metáforas estão sujeitas a mau entendidos.
Alguns escritores preocupam-se que as metáforas “coluna” e “fundamento” podem dar às pessoas a impressão que a igreja é a própria fonte e base da verdade. Contudo, toda a Escritura testifica contra isso, e por isso eles estão interessados em expor o versículo de uma forma que evite a falsa interpretação.
Dessa forma é tido que a metáfora da “coluna” é feita no contexto da arquitetura antiga. Um templo pagão, por exemplo, pode incluir várias colunas de ornamento que servem não somente para sustentar a estrutura, mas para demonstrar a riqueza e glória associada com a divindade. Os escritores parecem mais preocupados com a metáfora do “fundamento”, e sugerem que uma tradução melhor seria “baluarte” ou “esteio”. Isto é, a igreja não é o próprio fundamento da verdade, mas apenas seu protetor.
O problema tem sido exagerado. Não somos católicos que tentam distorcer palavras e frases individuais da Escritura para justificar suas doutrinas inventadas por homens. Somos cristãos que respeitam o todo da Escritura, e leem palavras e frases individuais considerando o contexto de todo o santo livro. A Escritura é um produto da inspiração divina, de forma que palavras e frases individuais são de fato importantes, tanto que doutrinas inteiras podem depender delas; contudo, essas palavras e frases não permanecem sozinhas, e não mantém seus significados no vácuo. E muito menos estão sujeitas a interpretações arbitrárias impostas sobre elas.
O mesmo apóstolo que escreve que a igreja é a coluna da verdade também prega que Deus “não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo” (Atos 17.25). Quão tolo deve ser então uma pessoa pensar que a metáfora aqui poderia ser distorcida para significar que a igreja é o suporte da verdade no sentido que a verdade iria se desintegrar se não fosse a igreja. Algumas pessoas falam como se a apostasia dos homens pudesse frustrar o plano de Deus. Não, ela não pode. Eu estou certamente preocupado com o estado da igreja e do clima espiritual do mundo, mas somente como uma questão de zelo, e não por medo e terror quanto ao resultado final. A verdade permanecerá quer a igreja permaneça ou não. E a igreja permanecerá quer pareça haver muitos crentes fiéis ou não, visto que Cristo disse que iria edificá-la, e que nem mesmo o inferno prevaleceria contra ela. A metáfora refere-se a uma função da igreja, e não ao seu poder inerente. Não há lugar para má interpretação.
Quanto à ideia de fundamento, a palavra não sugere algo como uma fonte ou originador. O fundamento de uma construção não é o designer, o construtor ou o criador do edifício. É somente o local onde o edifício foi posto. Nem pode a metáfora sugerir que a igreja é o fundamento da verdade no sentido que o fundamento de um sistema intelectual consiste dos primeiros princípios a partir dos quais o restante do sistema é deduzido. Isso acontece porque a igreja em si não é nenhuma parte dos conteúdos de um sistema intelectual.
Se a metáfora fosse sugerir uma ideia como construtor ou criador, ou fonte, precisaríamos mais, quer do contexto imediato ou do pano de fundo da Escritura para forçar essa interpretação. Isso está algumas vezes presente quando a metáfora do “fundamento” é usada em outros lugares, mas o contexto e o pano de fundo impedem essa interpretação aqui. Paulo instrui os cristãos a se comportarem de uma maneira que sirva à verdade. Mas se a igreja produz a verdade, então o que a igreja produz é a verdade. Contudo, Paulo não define a verdade em termos da igreja, mas define a igreja em termos da verdade. A verdade foi revelada por Deus, e é fixa. Quer uma comunidade seja ou não a igreja depende de sua relação com a verdade.
Isso aborda uma das questões mais prementes que os cristãos devem considerar, e eles devem examinar suas comunidades à luz da resposta. O que a igreja deve ser? Há alguns que dizem: “O que é a verdade?” E sua resposta é: “Pergunte à igreja. A verdade é o que a igreja diz ser”. Essa não é a visão cristã. Antes, perguntamos: “O que é a igreja?”. E respondemos: “Deus nos revelou a verdade por meio da Escritura. A igreja é a comunidade que afirma essa verdade em comum, e que promove e protege essa verdade sobre Deus e Jesus Cristo”.

Segue-se que qualquer comunidade que falhe em afirmar, promover e proteger a verdade não é a igreja. Se ela cessa de suportar e demonstrar a verdade como uma coluna, e se não mantém reta e estável a verdade como um fundamento, então ela não é a igreja. A coluna e o fundamento da verdade não é o que a igreja deve ser, ou deve lutar para se tornar, mas sim o que a igreja é. Em outras palavras, se uma assembleia não é uma coluna e fundamento da verdade, ela não é uma igreja. Não importa o que faça – pode unir pessoas em amizades, pode se exceder em caridade, ou pode advogar a justiça social – ela não é uma comunidade cristã.
Considere dois exemplos. Há igrejas que se chamam assembleias cristãs, mas sua posição oficial nega a inerrância da Escritura, que a Bíblia é um produto da inspiração divina, de forma que é correta em cada detalhe e carrega autoridade absoluta. Essas congregações perderam todo o sentido de verdade. Não há nenhuma base para chamá-las de igrejas cristãs. Então, há algumas denominações que casam homossexuais, e ordenam formalmente alguns deles como pregadores. Essas organizações não funcionam como colunas da verdade, mas tentam redefinir a verdade afirmando algo contrário à verdade já revelada por Deus.
A Bíblia revela a verdade em proposições e doutrinas fixas, e define a igreja como aquela que funciona como sua coluna. Essas denominações revertem isso em seu pensamento e prática – sua suposição fixa é que eles são a igreja cristã, e a verdade é o que declaram ser, e que a verdade está sujeita à modificação à medida que as opiniões de homens mudam e se alteram. O pecado da homossexualidade é importante, e não podemos ignorar o fato que essas denominações o toleram. Mas a questão aqui é que sua política é somente um resultado de uma apostasia mais geral, um abandono anterior da fé, no fato deles já terem se afastado da verdade da revelação divina. E porque eles não são o promotor e protetor da verdade, mas antes tentam inventar suas próprias doutrinas de acordo com os sentimentos dos tempos, eles não são mais igrejas cristãs.
O que isso significa é que todos os cristãos deveriam denunciar essas denominações e congregações que adotam tal política, e eles deveriam ser considerados excomungados do reino de Cristo. Nenhum cristão deveria apoiar essas denominações e igrejas com parte de seu tempo, dinheiro ou boa vontade, e nenhum cristão deveria participar de suas reuniões como se estivessem frequentando cultos cristãos. Sem dúvida, podemos nos dirigir a esses grupos como assembleias não cristãs, chamando-os ao arrependimento e conversão por meio da fé em Jesus Cristo e o assentimento genuíno à verdade.
Eu endosso a ideia que deveríamos buscar a paz uns com os outros, e que nem toda divergência doutrinária deveria resultar num rompimento total. Contudo, existe uma tendência equivocada entre os cristãos de buscar a paz unindo-se ao redor de uma quantidade mínima de verdade. Mas desde quando a fé em Jesus Cristo é uma busca pelo mínimo? Antes, ela é uma proclamação de toda a revelação de Deus, a verdade inteira sobre Deus que ele revelou. Ela é uma busca pelo máximo, por um entendimento completo e por toda a plenitude de Deus.
Algumas vezes é sugerido que quando consideramos a legitimidade de uma igreja, deveríamos perguntar se ela transmite ou não pelo menos “o evangelho”, e mediante isso quer-se dizer o mínimo da verdade. Mesmo que o mínimo Cristianismo ainda seja Cristianismo, certamente não é bom Cristianismo, e é contrário ao espírito da fé apoiá-lo. Um cristão mínimo, se é que existe tal coisa, pode de fato ser um cristão, mas que ninguém o considere como um mestre! E uma igreja mínima, se é que existe tal coisa, pode de fato ser uma igreja, mas por que alguém deveria se unir a ela?
Fonte: Reflections on First Timothy

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Confie em Deus e não em estratégias humanas


Por  – C. H. Spurgeon
“Pois tive vergonha de pedir ao rei uma escolta de soldados, e cavaleiros para nos defenderem do inimigo pelo caminho, porquanto havíamos dito ao rei: A mão do nosso Deus é sobre todos os que o buscam, para o bem deles; mas o seu poder e a sua ira estão contra todos os que o deixam” Esdras  8:22
Uma escolta em muitos aspectos teria sido desejável para o grupo de viajantes, mas um santo sentimento de vergonha não permitiria que Esdras procurasse uma. Ele temia que o rei pagão pensasse que sua declaração de fé em Deus fosse mera hipocrisia, ou imaginasse que o Deus de Israel não fosse capaz de proteger Seus próprios adoradores.
Ele não poderia deixar sua mente confiar no braço da carne (ver II Cr. 32:8)  numa questão evidentemente do Senhor e, assim, a caravana inicia sua jornada sem proteção visível, guardada por Aquele que é a espada e o escudo de Seu povo. Receio que poucos crentes sintam este zelo santo por Deus; mesmo aqueles que de certa forma andam pela fé, ocasionalmente estragam o brilho de sua vida ao suplicar o auxílio dos homens.
Não existe maior bênção que não ter qualquer apoio ou suporte, a não ser ficar direto na Rocha Eterna, sustentado somente pelo Senhor. Buscariam os crentes doações para suas igrejas se eles se lembrassem que o Senhor é desonrado ao pedirem socorro a César? Como se o Senhor não pudesse suprir as necessidades de Sua própria causa!
Recorreríamos tão rapidamente à ajuda de amigos e familiares se nos lembrássemos que o Senhor é glorificado pela nossa confiança absoluta em Seu braço? Ó minh´alma, espera só em Deus. "Mas", alguém diz, "os meios não podem serem usados?" É claro que podem; mas nossos erros raramente consistem em sua negligência: na maior parte das vezes florescem da tolice de crer nos meios em vez de crer em Deus.
Poucos fogem, não confiando tanto na ajuda humana; no entanto, muitos pecam muito ao dar-lhe demasiada importância. Aprenda, querido leitor, a glorificar o Senhor por recusar valer-se dos meios, se, ao utilizá-los, vier a desonrar o nome do Senhor.
Fonte: C.H. Spurgeon
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