quinta-feira, 30 de junho de 2011

TULIP: A Doutrina Reformada

otal Depravity
Total Depravação
nconditional Election
Eleição Incondicional
imited Atonement
Expiação Limitada
rresistible Grace
Graça Irresistível
erseverance of Saints
Perseverança dos Santos
     
Arminianismo
Calvinismo

1. Vontade Livre – O arminianismo diz que a vontade do homem é “livre” para escolher, ou a Palavra de Deus, ou a palavra de Satanás. A salvação, portanto, depende da obra de sua fé.

1. Depravação Total – O calvinismo diz que o homem não regenerado é absolutamente escravo de Satanás, e, por isso, é totalmente incapaz de exercer sua própria vontade livremente (para salvar-se), dependendo, portanto, da obra de Deus, que deve vivificar o homem, antes que este possa crer em Cristo.


2. Eleição Condicional – O arminianismo diz que a “eleição é condicional, ou seja, acredita-se que Deus elegeu àqueles a quem “pré-conheceu”, sabendo que aceitariam a salvação, de modo que o pré-conhecimento [de Deus] estava baseado na condição estabelecida pelo homem.

2. Eleição Incondicional – O calvinismo sustenta que o pré-conhecimento de Deus está baseado no propósito ou no plano de Deus, de modo que a eleição não está baseada em alguma condição imaginária inventada pelo homem, mas resulta da livre vontade do Criador à parte de qualquer obra de fé do homem espiritualmente morto.



3. Expiação Universal – O arminianismo diz que Cristo morreu para salvar não um em particular,porém somente àqueles que exercem sua vontade livre e aceitam o oferecimento de vida eterna. Daí, a morte de Cristo foi um fracasso parcial, uma vez que os que têm volição negativa, isto é, os que não querem aceitar, irão para o inferno.


3. Expiação Limitada – O calvinismo diz que Cristo morreu para salvarpessoas determinadas, que lhe foram dadas pelo Pai desde toda a eternidade. Sua morte, portanto, foi cem por cento bem sucedida, porque todos aqueles pelos quais ele não morreu receberão a “justiça” de Deus, quando forem lançados no inferno.

4. A Graça pode ser Impedida – O arminianismo afirma que, ainda que o Espírito Santo procure levar todos os homens a Cristo (uma vez que Deus ama a toda a humanidade e deseja salvar a todos os homens), ainda assim, como a vontade de Deus está amarrada à vontade do homem, o Espírito [de Deus] pode ser resistido pelo homem, se o homem assim o quiser. Desde que só o homem pode determinar se quer ou não ser salvo, é evidente que Deus, pelo menos, “permite” ao homem obstruir sua santa vontade. Assim, Deus se mostra impotente em face da vontade do homem, de modo que a criatura podeser como Deus, exatamente como Satanás prometeu a Eva, no jardim [do Éden].

4. Graça Irresistível – O calvinismo entende que a graça de Deus não pode ser obstruída, visto que sua graça é irresistível. Os calvinistas não querem significar com isso que Deus esmaga a vontade obstinada do homem como um gigantesco rolo compressor! A graça irresistível não está baseada na onipotência de Deus, ainda que poderia ser assim, se Deus o quisesse, mas está baseada mais no dom da vida, conhecido comoregeneração. Desde que todos os espíritos mortos (= alienados de Deus) são levados a Satanás, o deus dos mortos, e todos os espíritos vivos (= regenerados) são guiados irresistivelmente para Deus (o Deus dos vivos), nosso Senhor, simplesmente, dá a seus escolhidos o Espírito de Vida. No momento que Deus age nos eleitos, a polaridade espiritual deles é mudada: Antes estavam mortos em delitos e pecados, e orientados para Satanás; agora são vivificados em Cristo, e orientados para Deus.


5. O Homem pode Cair da Graça – O arminianismo conclui, muito logicamente, que o homem, sendo salvo por um ato de sua própria vontade livremente exercida, aceitando a Cristo por sua própria decisão, pode também perder-se depois de ter sido salvo, se resolver mudar de atitude para com Cristo, rejeitando-o! (Alguns arminianos acrescentariam que o homem pode perder, subseqüentemente, sua salvação, cometendo algum pecado, uma vez que a teologia arminiana é uma “teologia de obras” – pelo menos no sentido e na extensão em que o homem precisa exercer sua própria vontade para ser salvo). Esta possibilidade de perder-se, depois de ter sido salvo, é chamada de “queda (ou perda) da graça”, pelos seguidores de Arminius. Ainda, se depois de ter sido salva, a pessoa pode perder-se, ela pode tornar-se livremente a Cristo outra vez e, arrependendo-se de seus pecados, “pode ser salva de novo”. Tudo depende de sua continua volição positiva até à morte!


5. Perseverança dos Santos – O calvinismo sustenta muito simplesmente que a salvação, desde que é obra realizada inteiramente pelo Senhor – e que o homem nada tem a fazer antes, absolutamente, “para ser salvo” -, é óbvio que o “permanecer salvo” é, também, obra de Deus, à parte de qualquer bem ou mal que o eleito possa praticar. Os eleitos ‘perseverarão' pela simples razão de que Deus prometeu completar, em nós, a obra que ele começou. Por isso, os cinco pontos de TULIP incluem a Perseverança dos Santos .


domingo, 26 de junho de 2011

Juiz de Goiás anulou união de casal gay.


Juiz de Goiás que anulou união de casal gay nega ser homofóbico
Juiz Jeronymo Villas Boas anulou contrato de união estável em Goiânia.
Em maio, STF reconheceu efeitos da união civil para casais gays.
Do G1, com informações do Fantástico
No último dia 18, Jeronymo Villas Boas, juiz de Goiás, mandou anular a união estável de um casal gay. Em entrevista exclusiva ao Fantástico, o juiz falou sobre sua decisão e negou ser homofóbico.
A assinatura histórica, que se dependesse do casal homossexual que se casou em Goiás duraria para sempre,  valeu por pouco mais de um mês. 
“[O juiz] comparou o nosso ato para o cartório como um ato criminoso, de um roqueiro que tira a roupa durante um show no palco”, diz o jornalista Léo Mendes.
Odílio e Léo foram ao Rio de Janeiro fazer outra escritura de união estável. “Sim! E não há juiz nesse país que irá nos separar”, disse Léo, na cerimônia.
A cerimônia se transformou em um protesto coletivo: 43 casais homossexuais firmaram compromisso em cartório, inclusive, Odílio e Léo.
Mas eles nem precisavam ter viajado. A corregedora de Justiça de Goiás Beatriz Figueiredo Franco anulou a sentença do juiz e deu validade ao primeiro documento assinado pelo casal. “Eu achei por bem tornar sem efeito a decisão, dado o alcance administrativo que esta significava”, diz a corregedora.
O Fantástico foi a Goiás encontrar o juiz Jeronymo Villas Boas que contrariou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de aceitar a união estável de pessoas de mesmo sexo. A equipe de reportagem chegou no momento em que ele recebia a notificação da corregedoria, revendo a sentença.

Perguntado se não teria medo de uma punição, ele responde: “Medo não faz parte do meu vocabulário”.
Mineiro de Uberaba, 45 anos, casado, pai de dois filhos e vice-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros. Jeronymo Villas Boas é juiz há 20 anos e diz que se baseou na lei para tomar sua decisão.
“O que neste ato pretenderam os dois declarantes é obter a proteção do estado como entidade familiar. Os efeitos jurídicos que se extrairia disso são efeitos jurídicos de proteção da família. Eles não são uma família”, afirma.
Ele argumenta que se ateve ao conceito de família definido pela Constituição brasileira. “Declara no artigo 16 que constitui família o núcleo formado entre homem e mulher. E dá a esse núcleo uma proteção especial como célula básica da sociedade. Família é aquele núcleo capaz de gerar prole”.
Para o juiz, a união estável de pessoas de mesmo sexo contraria esse conceito constitucional. Na opinião dele, casais gays não teriam como constituir nem família nem estado. “Se você fizer um experimento, levando para uma ilha do Pacífico dez homossexuais e ali eles fundarem um estado, sob a bandeira gay, e tentarem se perpetuar como estado, eu acredito que esse estado não subsistiria por mais de uma geração”, argumenta.
A posição do juiz vai contra a interpretação do Supremo Tribunal Federal sobre o que é uma família. “O ministro-relator Ayres Britto disse que a Constituição apenas silencia e, portanto, não proíbe a união homoafetiva. Em linguagem poética, o relatório dele, aprovado por unanimidade, diz que família é um núcleo doméstico baseado no afeto e que os “insondáveis domínios do afeto soltam por inteiro as amarras desse navio chamado coração”.
Religião
Desde o ano passado, o juiz Jeronymo Villas Boas é também pastor da Igreja Assembleia de Deus, que frequenta toda semana. Para os que o acusam de fundamentalismo religioso, Jeronymo Villas Boas diz que já tomou decisões contra a sua própria igreja, negando pedidos de isenção de impostos. E afirma ter outras inspirações. “As pessoas, talvez, possam querer me criticar porque eu tenho uma forte influência marxista”, diz o juiz.
De Marx, o fundador do comunismo, a Martin Luther King, de quem tem um imenso painel. “O Martin Luther King foi um defensor da igualdade racial, mas também foi um defensor da família”, destaca.
Em uma biblioteca contígua ao gabinete dele, Jeronymo mostra à equipe de Vinicius de Moraes, ao famoso ensaio do psicanalista Roberto Freire sobre o desejo, e até uma bíblia em hebraico.
Diz que lê de tudo, sem preconceito. Mas não nega a influência de seus princípios religiosos. “A Constituição brasileira foi escrita sob a proteção de Deus. Querer que um juiz, que professa a fé evangélica, não decida questões que envolva conflitos, muitas vezes, de natureza política, social ou religiosa é negar a independência do juiz”, pondera.
E afirma que vai tomar a mesma decisão sempre que houver casos semelhantes. “Já solicitei de todos os cartórios que me remetam os atos que foram praticados a partir de maio deste ano para análise”, avisa.
O repórter pergunta se ele sabe que irá enfrentar uma briga, e Jeronymo responde: “Não há problema. Se o juiz tiver medo de decidir, tem que deixar a magistratura. Juiz medroso ou covarde não tem condição de vestir a toga”.
Já quando perguntado sobre o que fará se for enquadrado pelos superiores, argumenta: “Eu tenho direito de defesa. Se me punirem sem o direito de defesa, nós entramos no regime de exceção”, afirma.
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, se diz perplexo com a atitude de Villas Boas. Para o ministro, nenhum juiz está acima das orientações do Supremo. “No meu modo de ver, a reiteração dessa prática por esse magistrado vai revelar a postura ostensiva de afronta à Suprema corte. Isso efetivamente vai desaguar em um processo disciplinar junto ao Conselho Nacional de Justiça”, alerta Fux.


sábado, 25 de junho de 2011

Morada Nova Ceará. UFERSA Nós merecemos!!!!

Morada Nova Ceará. UFERSA Nós merecemos!!!!
Cidade e município da região de Jaguaribe, estado do Ceará, microrregião do Baixo Jaguaribe. Foi desmembrada de Russas em 02/08/1876, está à 52m de altitude, 172 km distante de Fortaleza, tem clima semi-árido e em 2007 o IBGE estimava a sua população em 60.224 habitantes. Hoje a estimativa popular é de 65. 654 habitantes aproximadamente.

HISTÓRICO
Data da Criação: 02/08/1876. 
Instalação: 07/01/1877. 
Toponímia: Morada Nova era o nome da fazenda que deu origem ao município. 
Variação Toponímica: Espírito Santo. 
Desmembrado de Russas. 
Arquitetura Antiga: Museu do Vaqueiro, Prédio Vicentino, Edifício Honorato, Prédio da Legião.
História: Suas origens remontam ao século XVIII, quando nas proximidades do rio Banabuiú estabeleceram-se os colonizadores Alferes José de Fontes Pereira de Almeida e seu irmão Capitão Dionísio de Matos Fontes. Em torno dessa fazenda, denominada por seus proprietários de Morada Nova, formar-se-ia a povoação da qual teria origem ao município.
Evolução Política: A elevação do povoado à categoria de Distrito provém da Lei Provincial nº 1.719, de 2 de agosto de 1876, com a denominação de Espírito Santo, condicionando sua instalação a doação, pelos moradores, da casa na qual deveria funcionar a Câmara Municipal. Satisfeita essa exigência, instalou-se o Poder Municipal. 
A elevação do Distrito à categoria de Município, com a denominação de Morada Nova, provém da Lei Estadual nº 2.336, de 3 de novembro de 1925, tendo sido instalado a 6 de janeiro de 1926.
GEOGRAFIA
Área: 2.796,6km². 
Área(% em relação ao Estado): 1,93. 
Altitude: 52m. 
Latitude: 5°06’. 
Longitude: 38°22’. 
Mesorregião: Jaguaribe. 
Microrregião: Baixo-Jaguaribe. 
Limites: Norte – Ocara e Beberibe; Sul – Jaguaretama; Leste – Russas, Limoeiro e São João do Jaguaribe; Oeste – Quixadá e Banabuiú. 
Distritos: Aruaru, Boa Água, Juazeiro do Baixo, Lagoa Grande, Pedras, Roldão e Uiraponga. 
Acidentes Geográficos: Rio Banabuiú. Riachos: Seco, Santa Rosa do Corcunda, Aroeiras, do Curral Velho, da Barbada, do Palhoça, Carnaúba. Lagoa da Felipa, Açude das Flores, da Barbada e Contendas. 
Recursos Hídricos: Pluviometria (a média anual é de 713mm).
Atrativos Naturais: Lagoa Salina, Rio Banabuiú, Açude Poço de Barro, Ilha Solteira, Açude Cipoada, Rio Santa Rosa, Rio Palhano, Lagoa da Filipa, Mirante do Cruzeiro, Pedra do Cristo Rei.
EDUCAÇÃO
N° de Escolas: 
Rede Estadual Pré-Escolar 1° e 2° Graus-28 
Rede Municipal Pré-Escolar 1° e 2° Grau-2 
N° de Alunos Matriculados: 
Rede Estadual Pré-Escolar-322 
1° Grau3.881 
2° Grau-489 
Rede Municipal Pré-Escolar-65 
1° Grau-1.817 
2° Grau-532 
Supletivo-13. 
SAÚDE
A Fundação SESP mantém: Centro de Saúde de Morada Nova. Posto de Saúde de Uiroponga, de Araru. O IPEC mantém a Agência Regional. A Prefeitura Municipal mantém: Centro Social Urbano Luíza Távora, Posto de Saúde de Pedras, de Juazeiro, de Roldão de Boa Água, de Viçosa, de Pastos, de Lagoa Grande, e o Hospital Maternidade de Morada Nova. Há também o ambulatório mantido pelos servidores dos Trabalhadores Rurais.
ESTATÍSTICAS
Distância da Capital em Linha Reta: 150km. 
Distância Por Rodovia: 172 km. 
Vias de Acesso à Capital: CE-138, BR-116. 
Emissoras de Rádio: Rádio Uirapuru de Morada Nova-OM, Rádio Liberal de Morada Nova Ltda-OM, Potência de 1/0,25kw, frequência de 1350Khz. Rádio Liderança FM Caiçara
Energia Elétrica: N° de consumidores- 9.828 Total consumo- 1.385.081.
PRODUÇÃO ECONOMIA
Produção: Sua economia está baseada na lavoura de milho, banana, caju, algodão, mandioca e feijão. 
Na Pecuária: bovinos, suínos e aves. 
Em suas terras foram registradas ocorrências de mica branca e ametista. 
Indústrias: 43.
Hoje as igrejas evangélicas existentes na cidade, trazem uma cultura de educação para a população que vem ajudar na evolução cultural do município. Mas, é bem verdade que, precisamos sim, e já esta atrasada essa Faculdade em nosso município!
Temos história, precisamos que os nossos representantes em Brasília façam valer o nosso voto em cada um deles!
Vamos juntos conquistar a UFERSA para uma Morada Nova em rumo a Uma EDUCAÇÃO Bem mais próximo do que desejamos para nós, e para nossa posteridade!
Pr. João Batista. Igreja Presbiteriana em Morada Nova.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Morada_Nova

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A "Marcha Para Jesus": Uma Avaliação Crítica (2a edição revisada)

A "Marcha Para Jesus": Uma Avaliação Crítica (2a edição revisada)
Autor: Augustus Nicodemus Lopes
Introdução
A "Marcha para Jesus" é um evento que acontece em muitas cidades do Brasil, patrocinado pela Igreja Apostólica Renascer em Cristo, e consiste basicamente numa grande passeata de evangélicos com shows gospel. O evento ocorre desde 1993 no Brasil e costumava dividir opiniões tanto na mídia secular quanto evangélica. Hoje, já mais arrefecida, a "Marcha" continua chamando a atenção, embora com menos intensidade. O presente artigo visa apresentar uma análise crítica, não do evento propriamente dito, mas das razões e argumentos apresentados para justificar o evento. Estas razões e argumentos, bem como informações institucionais e históricas sobre a Marcha estão disponíveis no site www.marchaparajesus.com.br (em 12/01/2005).
Histórico da Marcha para Jesus
Conforme informações do referido site, a primeira Marcha para Jesus aconteceu em 1987 na cidade de Londres (Inglaterra), e foi fundada pelo pastor Roger Forster, pelo cantor e compositor Graham Kendrick, Gerald Coates e Lynn Green. Portanto, não é uma invenção da Igreja Renascer do Brasil. Ela simplesmente importou a idéia para nossa pátria. No início da década de 90, a Marcha se tornara um evento de proporções continentais, ocorrendo em toda Europa. Em 1992 a Marcha para Jesus já se tornava em um movimento mundial, chegando a outros países da América, África e Ásia. No ano de 1993, chega a vez do Brasil realizar a sua primeira edição do evento, sob a orientação da Renascer. A partir daí, a cada ano, o evento toma mais e mais aspecto de show gospel, apresentação de artistas evangélicos e desfiles, sempre com muita dança ao som de pagode e axé ditos evangélicos. Em alguns locais, não sabemos se de acordo com a coordenação da Marcha ou não, políticos evangélicos têm aproveitado a oportunidade.
A Ideologia por Detrás da Marcha
Existe uma justificativa teológica elaborada para a Marcha, que procura abonar o evento à luz da Bíblia. Os pontos abaixo foram retirados do site Marcha para Jesus (www.marchaparajesus.com.br) e se constituem na "teologia da Marcha". Aliás, a maior parte deles se encontra exatamente debaixo do tópico "teologia" no site da Marcha. Segue um resumo dos principais argumentos, entre outros, seguidos de um breve comentário.
  1. A ordem de "marchar" aparentemente foi dada mediante revelação do Espírito Santo. Diz o site:
A visão inicial da Marcha para Jesus, como qualquer outra ação em que os cristãos empreendem para Deus, está baseado [sic!] no conhecimento e na obediência. Nós acreditamos que Deus diz para nós marcharmos, e esta obediência precede uma revelação. O Espírito Santo de Deus nos conduz em toda a verdade (João 16:13) e a teologia do ato de marcharmos para Jesus emerge quando nós nos engajamos em ouvir o que o Espírito Santo está dizendo para uma Igreja atuante e batalhadora nesta terra.
Comentário: O parágrafo acima não é claro, mas dá a entender que a visão inicial foi mediante uma revelação de Deus, seguida da obediência da Renascer, em cumprir a visão. Líderes da Renascer negam que a visão inicial foi dada por revelação. Contudo, o parágrafo acima sugere que a visão da Marcha foi dada pelo Espírito para a Renascer. Quando nos lembramos que a Renascer tem um "apóstolo" (uso o termo entre aspas, não por qualquer desrespeito ao líder da Renascer, mas porque não creio que existam apóstolos hoje à semelhança dos Doze e de Paulo), imagino que "revelações" (uso o termo entre aspas não por desrespeito às práticas da Renascer, mas porque não creio que existam novas revelações da parte de Deus hoje) devam ser freqüentes.
  1. Segundo a Renascer, a Marcha é uma declaração teológica: a Igreja está em movimento e está viva! É o meio pelo qual os cristãos querem ser conhecidos publicamente como discípulos de Jesus.
Comentário: Se esta é a forma bíblica dos cristãos mostrarem que estão vivos e que são seguidores de Jesus, é no mínimo estranho que não encontremos o menor traço de marchas para Jesus no Novo Testamento, ou para Deus no Antigo.
  1. 3. A Marcha é entendida como uma celebração semelhante às do Antigo Testamento, possuindo uma qualidade extremamente espontânea e alegre. Participam da Marcha jovens de caras pintadas, cartazes, roupas coloridas e canções vivazes. Isto é visto como uma celebração do amor extravagante de Deus para o mundo.
Comentário: Na minha avaliação, o ponto acima dificilmente pode ser tomado como um argumento bíblico ou teológico para justificar o evento. As "marchas" de Israel no Antigo Testamento, não tinham como alvo evangelizar os povos - ao contrário, eram marchas de guerra, para conquistá-los ou exterminá-los, conforme o próprio Deus mandou naquela época. Fica difícil imaginar os israelitas organizando uma marcha através de Canaã, com os levitas tocando seus instrumentos e dando shows, para ganhar os cananeus para a fé no Deus de Israel!
  1. 4. Marchar para Jesus é visto também como um ato profético que dá consciência espiritual às pessoas. Josué mobilizou as pessoas de Israel para marchar ao redor das paredes de Jericó. Jeosafá marchou no deserto entoando louvores a Deus. Quando os cristãos marcham, estão agindo profeticamente, diz a Renascer.
Comentário: Entendo que se trata de um uso errado das Escrituras. Por exemplo: se vamos tomar o texto de Josué como uma ordem para que os cristãos marchem, por que então somente marchar? Por que não tocar trombetas? E por que só marchar uma vez, e não sete ao redor da cidade inteira? E por que não mandar uma arca com as tábuas da lei na frente? E por que não ficar silencioso as seis primeiras vezes e só gritar na sétima?
  1. 5. Marchar para Jesus traz uma sensação natural de estar reivindicando o lugar no qual os participantes caminham. Acredita-se que assim libera-se no mundo espiritual a oportunidade desejada por Deus: "Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, eu a darei ..." (Josué 1.3).
Comentário: Será esta uma interpretação correta das Escrituras? Podemos tomar esta promessa de Deus a Josué e ao povo de Israel como sendo uma ordem para que os cristãos de todas as épocas marquem o terreno de Deus através de marchas? Que evangelizem, conquistem, e ganhem povos e nações para Jesus através de marchar no território deles? Que estratégia é esta, que nunca foi revelada antes aos apóstolos, Pais da Igreja, missionários, reformadores, evangelistas, de todas as épocas e terras, e da qual não encontramos o menor traço na Bíblia?
  1. 6. A Marcha destrói as fortalezas erguidas pelo inimigo em certas áreas das cidades e regiões onde ela acontece, declarando com fé que Jesus Cristo é o Senhor do Brasil.
Comentário: Onde está a fundamentação bíblica para tal? Na verdade, este ponto é baseado em conceitos do movimento de batalha espiritual, especialmente o conceito de espíritos territoriais, e em conceitos da confissão positiva, que afirmam que criamos realidades espirituais pelo poder das nossas declarações e palavras.
  1. 7. Os defensores da Marcha dizem que ela projeta a presença dos evangélicos na mídia de todo o Brasil.
Comentário: É verdade, só que a projeção nem sempre tem sido positiva. Além de provocar polêmica entre os próprios evangélicos, a mídia secular tem tido por vezes avaliação irônica e negativa.
  1. 7. Os defensores da Marcha dizem que ela projeta a presença dos evangélicos na mídia de todo o Brasil.
Comentário: É verdade, só que a projeção nem sempre tem sido positiva. Além de provocar polêmica entre os próprios evangélicos, a mídia secular tem tido por vezes avaliação irônica e negativa.
  1. 8. Os defensores da Marcha dizem que pessoas se convertem no evento.
Comentário: Não nos é dito qual é o critério usado para identificar as verdadeiras conversões. Se for levantar a mão ou vir à frente durante os shows e as pregações da Marcha, é um critério bastante questionável. As estatísticas que temos nos dizem que apenas 10% das pessoas que atendem a um apelo em cruzadas de evangelização em massa, como aquelas de Billy Graham, permanecem nas igrejas. Mas, mesmo considerando as conversões reais, ainda não justificaria, pois não raras vezes Deus utiliza meios para converter pessoas, meios estes que não se tornam legítimos somente porque Deus os usou. Por exemplo, o fato de que maridos descrentes se convertem através da esposa crente não quer dizer que Deus aprova o casamento misto e nem que namorar descrentes para convertê-los seja estratégia evangelística adequada.
  1. 9. Os defensores dizem ainda que a Marcha promove a unidade entre os cristãos. Em alguns lugares do mundo, a Marcha é concluída com um "pacto" entre as denominações, confissões e indivíduos, exigindo que cada um deles não faça mais discriminação por razões doutrinárias.
Comentário: Sou favorável à unidade entre os verdadeiros cristãos. Mas não a qualquer preço e não qualquer tipo de união. A unidade promovida pela Marcha, sob as condições mencionadas acima, tem o efeito de relegar a doutrina bíblica a uma condição secundária. O resultado é que se deixa de dar atenção à doutrina. Em nome da unidade, abandona-se a exatidão doutrinária. Deixa-se de denunciar os erros doutrinários grosseiros que estão presentes em muitas denominações, erros sobre o ser de Deus, sobre a pessoa de Jesus Cristo, a pessoa e atuação do Espírito, o caminho da salvação pela fé somente, etc. Unidade entre os cristãos é boa e bíblica somente se for em torno da verdade. Jamais devemos sacrificar a verdade em nome de uma pretensa unidade. A unidade que a Marcha mostra ao mundo não corresponde à realidade. Ela acaba escondendo as divisões internas, os rachas doutrinários, as brigas pelo poder e as divisões que existem entre os evangélicos. Se queremos de fato unidade, vamos encarar nossas diferenças de frente e procurar discuti-las e resolve-las em concílios, reuniões, na mesa de discussão - e não marchando.
  1. 10. Os defensores da Marcha dizem que ela é uma forma de proclamação do Evangelho ao mundo.
Comentário: A resposta que damos é que a proclamação feita na Marcha vem misturada com apresentações de artistas gospel profissionais, ambiente de folia e danceteria, a ponto de perder-se no meio destas outras coisas. Além do mais, a mensagem proclamada é aquela da Renascer em Cristo, com a qual naturalmente as igrejas evangélicas históricas não concordariam, pois é influenciada pela teologia da prosperidade e pela batalha espiritual.
É evidente que, analisada de perto, a "teologia da Marcha" não se constitui em teologia propriamente dita. Os argumentos acima não provam que há uma revelação para que se marche, e não justificam a necessidade de os cristãos obedecerem organizando marchas. Não há qualquer justificativa bíblica para que os cristãos façam marchas, nem qualquer sustentação bíblica para a idéia de "dar a Deus a oportunidade" mediante uma marcha, ou ainda de que, marchando e declarando, se conquistam regiões e cidades para Cristo. Se há fundamento bíblico, por que os primeiros cristãos não o fizeram? Por que historicamente a Igreja Cristã nunca fez?
Pelos motivos acima, entendo que os argumentos bíblicos e teológicos apresentados para justificar a Marcha para Jesus não procedem. Nada tenho contra que cristãos organizem uma Marcha para Jesus. Apenas acho que não deveriam procurar justificar bíblica e teologicamente como se fosse um ato de obediência à Palavra de Deus. Neste caso, estão condenando como desobedientes todos os cristãos do passado, que nunca marcharam, e os que, no presente, também não marcham.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Os protestantes ainda protestam?

Quero aqui declarar que, a mensagem  Reformado já existia mesmo antes de Martinho Lutero afixar suas 95 Teses” foram afixadas na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg em 31 de outubro de 1517.
 No entanto, hoje existe uma extinção dos Reformados e ainda uma tentativa de justificar a falta de uma convicção doutrinaria. A nova filosofia é objetiva: a igreja esta competindo com o mundo.
O mundo é hábil em captar a atenção e os sentimentos das pessoas. A igreja, por outro lado, tende a ser muito pobre na “venda” de seu produto. Portanto, o evangelismo deve ser visto como um  desafio de marketing, e a igreja deveria colocar o evangelho no mercado da mesma forma que as empresas modernas colocam os seus produtos. Isso requer mudanças fundamentais.
O objetivo de todo marketing é “deixar o produtor e o consumidor satisfeito”, então, tudo o que tende a deixar o “consumidor” insatisfeito precisa ser jogado fora. A pregação, especialmente a que fala sobre o pecado, a justiça e o juízo, a soberania de Deus e os cinco pilares do evangelho (os cinco solas), é confrontadora demais para ser verdadeiramente satisfatória. A igreja necessita aprender a “divulgar” a verdade de forma a divertir e entreter. JOHN MacARTHUR J R.
Na primeira epistola a Timóteo, Paulo instruiu que ele deveria:
* Corrigir os que ensinavam falsas doutrinas, exortando-os a buscarem um coração puro, uma boa consciência e uma fé sem hipocrisia (1. 3-5)
* Combater em favor da verdade divina e dos propósitos de Deus, mantendo sua própria fé e boa consciência (1.18-19).
* Orar pelos perdidos e levar os homens da igreja a fazerem o mesmo (2. 1-8).
*Convocar as mulheres da igreja a desempenharem o papel de submissão, dado por Deus, e a criarem filhos piedosos, tornando-se exemplos de fé, amor e santidade, com bom senso (2. 9-15).
* Escolher com diligencia lideres espirituais para a igreja, com base na capacitação, piedade e virtude deles (3. 1-13).
*Identificar a fonte de erro e os que ensinavam, expondo isso à igreja (4. 1-6).
*Alimentar-se constantemente com as palavras da Escrituras e seu ensino fiel, evitando todos os mitos e doutrinas falsas (4. 6).
* Ordenar e ensinar com ousadia a verdade da Palavra (4. 12).
*Ser um modelo espiritual de virtude que todos pudessem seguir (4. 12).
* Ler, explicar com fidelidade as Escrituras, em público (4. 13,14).
E tantas outras coisas que ele deveria por em pratica.  Hoje, os pentecostais recebem os meus parabéns, por que mesmo sendo um movimento que deixa a desejar e muito em relação a uma ortodoxia correta, eles fazem valer o que eles acreditam.
Defendem seu movimento como poucos Reformados o fazem hoje em dia. No dia 06 de julho de 1415, John Hus, na Boemia, foi levado para ser queimado pela Igreja Romana por causa de sua defesa do evangelho simples e Bíblico. Em seus últimos instantes levantou sua voz e disse alto: “Hoje vocês estão matando um ganso, mas daqui a cem anos Deus levantará um cisne, o qual vocês não poderão matá-lo”.
Assim, em 31 de outubro de 1517, portanto dois anos depois do tempo previsto por Hus, um monge de ordem Agostinianos pregava na porta da entrada do castelo de Wittemberg, na Alemanha, um documento contendo 95 teses escritas por ele, e com isso convocava a quem de direito para um debate a respeito do tema das teses: a venda das indulgencias. O homem foi Martinho Lutero, ele era a voz que Hus vaticinara, e o fato deu origem á maior reviravolta da história da igreja cristã: a Reforma Protestante.
Inconformado com o que o Catolicismo Romano tinha feito com o cristianismo, e movido por um extremo apego às Sagradas Escrituras, Lutero não pôde ficar calado e falou em alto e bom som que a igreja precisava rever seus pressupostos e achar o caminho, pois havia se perdido.
O imperador e o Papa não puderam conter o canto do Cisne. Quando foi chamado diante das autoridades da época, em 1521, para que se retratasse de suas convicções, Lutero disse: desde que vossa serena majestade e vossas senhorias buscam uma resposta simples, eu a darei. A menos que seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou por mera razão (pois não confio em Papas nem em concílios somente, pois é bem sabido que eles freqüentemente erram e se contradizem), eu estou atado pelas Escrituras que citei, e a minha consciência é escrava da Palavra de Deus. Eu não posso e não irei me retratar de nada, já que não é seguro nem correto agir contra a consciência. Que Deus me ajude.
Esse homem protestou porque sabia por que protestava. Hoje, 494 anos depois, estamos sentindo falta de um homem como Lutero, pois o resultado da igreja hoje não é muito diferente do da Idade Média. Vendem-se novas indulgencias nos templos, vende-se todo tipo de “buginganda gospel” nas bancas ditas evangélicas, vende-se suposto milagres, o negocio invadiu as preleções. Perderam o caminho de novo. Protestantes não sabem mais o que significa este nome, nem sabem a origem do mesmo. Agora o negócio é ser “evangélico ou apostolo”. O estado em que vive a cristandade é aterrador. Vivemos a era ideal para que surja um homem, mas está faltando um homem para a era. Os descaminhos são visíveis, senão observe:
a)    Teologia- A Teologia Reformada que está na origem do povo Presbiteriano e Congregacional, hoje é peça de museu ou uma desconhecida completa.   Teologia? Ah, tem certas igrejas que se a revista da EBD apresentada for doutrinaria/teológica é descartada! É preferível comprar qualquer uma do mercado, tenha ela o ensino que tiver. Se for anunciada por um telepastor famoso, melhor ainda, Teologia séria, vai fazer um estrago na cabeça dos membros dessas igrejas, e ai de vez em quanto tem gente perguntando: “por que fulano era da nossa igreja e hoje esta numa neopentecostal, ou numa seita? Quem sabe o ensinamento que ele recebeu na igreja que participava responda isso. Se ele não conhece a doutrina e não sabe o que é ser um Reformado, não é difícil que se desloque para qualquer movimento neo-ortodoxo e antibiblico.
b)    Pregação – Se a Teologia e o ensino bíblico vão mal, a pregação, que é reflexo disso, vai pior. Onde está o evangelho bíblico? Onde está a exposição bíblica séria? Perdeu seu lugar para os “sermões” psicológicos ou historinhas de humor contadas nos púlpitos como se fosse pregação. É mais fácil mensagem de auto-ajuda, repetir jargão “evangeliquês” do tipo “sua vitória vai chegar; fique no altar; Deus vai lhe abençoar; Deus esta vendo espere a vitoria”, do que ler a bíblia com seriedade, fazer uma exegese dos seus textos e apresentar uma mensagem expositiva, consistente e de conteúdo aos freqüentadores da igreja. Paulo certa vez escreveu ao pastor Timóteo: “Até a minha chegada, aplica-te á leitura, á exortação, ao ensino” (I Tm. 4: 13). Está difícil encontrar pregadores assim hoje.
c)    Adoração – Nas Escrituras lemos que na reforma que aconteceu em Judá, no tempo do rei Josias (2 Cr. 35. 1-19), o culto foi restaurado por completo. Uma pergunta precisa ser feita: como andam nossos cultos? As coisas são realizadas para adorar a Deus ou vale tudo desde que atraia o maior numero de pessoas? As pessoas estão indo á igreja porque querem adorar a Deus ou por que querem ver o grupo de louvor, o grupo de teatro ou de coreografia? Quando algo desse tipo acontece em nossas reuniões ali esta acontecendo um culto? Como saber? É fácil, é só perguntar: isso está sendo apresentado para o povo ou para Deus? E ai se mata a charada. Tudo que é apresentado para o povo não é culto. Será que nossa adoração reflete a nossa perspectiva de Deus?
d)    Musica – Alguém já disse que a teologia de uma igreja, sua doutrina, é moldada pelas musicas que ela canta. Se assim é, não estamos bem, pois o que se canta nas reuniões por ai é de arrepiar os cabelos! Os sucessos de hoje são: “Quem te viu passar na prova/ E não te ajudou/ Quando ver você na benção/ Vão se arrepender/ Vai estar entre a platéia e você no palco/ Vai olhar e ver...” Esta, alem de não adorar a Deus é anticristã porque prega a vingança. A pessoa estava na pior, agora está na melhor e vai se alegrar porque quem não ajudou ela está a vendo agora e com inveja. Fica na platéia vendo o seu sucesso. Veja só isso! Como é diferente do que as Escrituras diz: “Nada façais por partidarismo ou vangloria, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros (Fp. 2: 3-4). O que diremos diante dessas coisa? Precisamos de outra reforma? Só a partir de uma profunda Reforma espiritual e teológica a igreja de hoje voltará aos caminhos do Senhor. E nisso devem estar engajados os lideres, pois é deles a responsabilidade de guiar o rebanho. Tomara Deus que este tempo esteja perto!
Conclusão: Em 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero pregou as suas hoje famosas 95 Teses na porta da catedral de Wittenberg. Periodicamente as igrejas evangélicas relembram aqueles eventos que, na soberana providência de Deus, preservaram viva a Sua Igreja. Muitos, entretanto, questionam essas comemorações e alguns chegam até a contestar a lembrança da Reforma. “Por que considerar o que aconteceu há quase 500 anos?” Parte extraído do jornal Aliança Congregacional! Pb. João Batista de Lima

quinta-feira, 16 de junho de 2011

: Predestinação e Liberdade


Efésios 1. 3-14
Tema: Predestinação e Liberdade
Introdução: Mesmo sendo incompreensível no todo, a predestinação é a única doutrina que trata satisfatoriamente o relacionamento de Deus com toda a existência.
Crer em Deus é crer que ele sustenta e dá base para que tudo aconteça segundo a sua vontade. O assunto se reveste de grande importância pois trata de um dos pilares do cristianismo e nos ajuda a ficarmos ainda mais maravilhados com a grandeza de Deus.
Certamente, o tema é controverso e uma verdade que prefere ser evitada pela maioria. Contudo, se preterida, fica ignorado um dos fundamentos da fé e do relacionamento de Deus com o mundo. Com a humanidade e a coragem que precedem do Espírito, vejamos o que as Escrituras dizem a respeito.
I.                    Predestinação e existência (At 17.24-29)
“Predestinação” envolve mistério. É necessário firmar essa verdade, para que não ultrapasse os limites do que foi revelado, e não nos revoltemos contra a verdade pela incapacidade de compreendê-la completamente. Eleição é o nome que se dá à predestinação aplicada a salvação. A doutrina da predestinação afirma que não há existência fora de Deus. Tudo o que existe está em Deus. A sustentação de tudo o que é vivo é obra de Deus. Davi reconhece que a sua vida foi predestinada (Sl 139.16). crer que o Deus Todo-poderoso criou os céus e a terra tem como pressuposto que ele não apenas criou, mas sustenta todas as coisas. Paulo cita três elementos: viver, mover, existir (At 17.25b, 28ª- Epimênedes, cf. Tt 1. 12), que compunham os assuntos de especulação filosófica. Mostra que é Deus quem torna possível a vida, o movimento e a existência. Nossa liberdade acontece dentro dos limites do que Deus determinou.
II.                  Predestinação e o homem caído (Sl 139)
Paulo destaca que “somos” o que somos em Deus. O Senhor dá base para pensarmos o que pensamos, quer seja santo ou pecaminoso. Deus pré-conhece tudo o que pensamos (Sl 139.2b, 4). O mesmo acontece quanto aos atos, pois são relativos aquilo que já foi determinado na mente. Por ser Deus aquele que dá condições de vida e movimento, falar de presciência de Deus é falar de predestinação, pois é ele que dá base para a existência e para cada ato. Vemos o Senhor endurecer o coração de Faraó e vemos Faraó endurecer seu próprio coração (Êx 3. 19,20; 7.34; 7.22; 8.15; 8.19; 8.32; 9. 7; 9. 12). Deus dá base para que o pecado seja praticado, mas ele não é culpado e nem fonte do mal. Mesmo sendo livres para agir, o mistério da predestinação se manifesta no total e perfeito cumprimento de tudo o que Deus planejou.
III.                Propósito da predestinação (Ef 1.3-12)
Reconhecer os limites da mente humana é um dos elementos fundamentais para se aceitar a predestinação (Rm 11.33-36; Ef 1.4,5). Em vez disso, tenta-se reduzi-la à simples idéia da presciência, ou seja, que Deus meramente sabia quem aceitaria Cristo. Isso não se harmoniza com a mensagem Bíblica (Ef1. 11). Para Paulo, a vinda de Cristo é um evento escatológico planejado antes de o mundo existir, com o objetivo de salvar os escolhidos (Ef 1.8,9). O objetivo é “para sermos santos e irrepreensíveis perante ele” e para a “adoção de filhos”. Um filho de Deus é aquele que honra seu Pai celestial, andando de acordo com a sua vontade. Trata-se da natureza do regenerado e não simplesmente de uma responsabilidade. Sabemos que a santidade prática é resultado da eleição.
Conclusão: Crer na predestinação é ter liberdade e segurança. É que a realidade não é aleatória, como um produto do acaso. Sei que de um modo que foge ao meu entendimento, Deus me dá condições de existir e ser responsável, ou seja, de viver de acordo com a nova natureza que ele graciosamente implantou em mim. Sou responsável por todo o mal que pratico, mesmo sendo o Senhor que mantém minha existência quando peco. Minha liberdade acontece no plano de Deus para minha vida.
Pense no que seria a sua vida se, como diz o mundo, “cada um faz seu próprio destino”. Reflita na grande bênção que é viver de maneira responsável perante Deus, segundo aquilo que ele mesmo planejou para você. Nisso estão a segurança e a paz oferecida por Deus em Cristo.
Soli Deo Gloria!